Entre teorias e bytes


Labcom Editora Open Source (em portugês)

Posted in Eu recomendo by fabiohp on July 27, 2006

Livros online/ou impressos on demand em: http://www.labcom.ubi.pt/livroslabcom/coleccoes.html

Abertas inscrições nas II Jornadas Internacionais de Jornalismo (em Portugês)

Posted in Agenda by fabiohp on July 27, 2006

(Universidade Fernando Pessoa, Porto, Portugal, 2 de Março de 2007)

Participei da I Jornada em o 2006. O problema foi a falta de tempo previsto para discussoes. Isso esvazia um pouco o sentido do congresso. Vale pela cidade do Porto.

Estão abertas as inscrições para participação, com e sem comunicação,
nas II Jornadas Internacionais de Jornalismo, organizadas pelo Centro de
Estudos da Comunicação da Universidade Fernando Pessoa e subordinadas ao tema
genérico “Porquê Estudar o Jornalismo?”.

As comunicações plenárias, que reflectirão o tema central das Jornadas, estarão a cargo de prestigiados professores e pesquisadores de diversas universidades portuguesas, europeias, brasileiras e norte-americanas, bem como de jornalistas de diferentes meios, esperando os organizadores contribuir, dessa forma, para uma discussão alargada sobre a pesquisa em jornalismo.

Serão admitidas, em paralelo, 16 (ou mais) comunicações de tema livre, desde que relacionadas com o jornalismo.

Todas as comunicações admitidas, entregues dentro do prazo e formatadas
de acordo com as normas constantes na chamada para trabalhos serão
publicadas em CD-ROM com ISBN.

A ficha de inscrição, informações sobre o programa do evento, chamada
para trabalhos (call for papers), normas para inclusão dos textos no CD de
actas das Jornadas, prazos e lista de inscritos encontram-se disponíveis
on-line em:
http://www.ufp.pt/events.php?intId=10046

É de salientar que a simples assistência às Jornadas é inteiramente
livre, mas não confere direito a documentação, CD de actas e certificado de
participação. Os participantes que desejem obter certificado de
participação e restante material têm de se inscrever formalmente no evento e pagar a
respectiva taxa, havendo preços especiais para estudantes de graduação
e pós-graduação, jornalistas, bolseiros e grupos.

Mais informações podem ser obtidas através do e-mail: j.p.sousa@mail.telepac.pt

Sur les intellectuels – Emission France Culture (en Français)

Posted in Théories / Débats by fabiohp on July 11, 2006

Bibliotecas Virtuais (em português)

Posted in Théories / Débats by fabiohp on July 1, 2006

LivRe! tem nova versão

Portal LivRe!: http://livre.cnen.gov.br

Agência FAPESP – O LivRe!, portal feito para facilitar a identificação e o acesso a periódicos eletrônicos de acesso gratuito na internet, ganha nova versão.

O serviço, desenvolvido pelo Centro de Informações Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), engloba periódicos científicos, de divulgação científica e boletins técnicos cobrindo todas as áreas de conhecimento.

A coleção tem 2.201 periódicos na crescente coleção, além de informações mais completas e recursos de busca ampliados. Para cada título, são registrados as descrições fornecidas pelo editor, os assuntos e o período cobertos, o
idioma de publicação, quais as fontes que indexam os artigos publicados e se os mesmos passam por processo de revisão por pares (peer review). Todos esses dados podem ser usados para selecionar e localizar os títulos de interesse.

Criado inicialmente como instrumento do serviço de fornecimento de textos completos da Cnen, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) , o LivRe! tornou-se de uso público em 2003 com o lançamento de sua primeira  versão
na internet.

Vicios metodologicos (em portugês)

Posted in Eu recomendo,Théories / Débats by fabiohp on July 1, 2006

Para estudantes, pesquisadores interessados em metodologia, o texto sobre Vicios metodologicos de autoria do Prof. Pedro Demo (UnB) é uma otima referência de base.

Aproveite para dar uma olhada no blog do professor.

Le journalisme n’est qu’un mot (en français)

Posted in Théories / Débats by fabiohp on June 21, 2006

Adaptation de:

Pierre Bourdieu
À propos de la famille comme catégorie réalisée, ARSS,
Numéro: 100. Décembre 1993.


Merci a Olivier Tredan

Mais si l'on admet que le journalisme n'est qu'un mot, une simple construction verbale, il s'agit d'analyser les représentations que les journalistes font de ce qu'ils désignent par journalisme, de cette sorte de «journalisme de paroles» ou, mieux, de papier, au singulier ou au pluriel. Certains ethnométhodologues, qui voient dans le discours sur le journalisme une sorte d'idéologie politique désignant une configuration valorisée de relations sociales, dégagent un certain nombre de présupposés communs à ce discours, ordinaire ou savant.
Ainsi, si nous pouvons admettre, avec l'ethnométhodologie, que le journalisme est un principe de construction de la réalité sociale, il faut aussi rappeler, contre l'ethnométhodologie, que ce principe de construction est lui-même socialement construit et qu'il est commun à tous les agents socialisés d'une certaine manière. Autrement dit, c'est un principe de vision et de division commun, un nomos, que nous avons tous dans l'esprit, parce qu'il nous a été inculqué à travers un travail de socialisation opéré dans un univers qui était lui-même réellement organisé selon la division en journalismes. Ce principe de construction est un des éléments constitutifs de notre habitus, une structure mentale qui, ayant été inculquée dans tous les cerveaux socialisés d'une certaine façon, est à la fois individuelle et collective; c'est une loi tacite (nomos) de la perception et de la pratique qui est au fondement du consensus sur le sens du monde social (et du mot de journalisme en particulier), au fondement du sens commun . C'est dire que les prénotions du sens commun et les folk categories de la sociologie spontanée, qu'il faut, en bonne méthode, mettre d'abord en question, peuvent, comme ici, être bien fondées parce qu'elles contribuent à faire la réalité qu'elles évoquent. Quand il s'agit du monde social, les mots font les choses, parce qu'ils font le consensus sur l'existence et le sens des choses, le sens commun, la doxa acceptée par tous comme allant de soi(3).
\n\n\n
",0] ); D(["ce"]); //–>doxa acceptée par tous comme allant de soi.

Seção Obituário (3) – Em Português

Posted in Théories / Débats by fabiohp on June 20, 2006

Sim, a maioria dos leitores deve ficar feliz com esse obituário. E já adianto, eu não concordo com a linha editorial da Primeira Leitura. Mas ao menos era um jornalismo aberto. Direitista e pretensioso mas aberto.  

Espero um dia colocar a Veja nesta Seção Obituário. Certas revistas merecem morrer mais cedo que as outras.

Primeira Leitura acaba de fechar. A revista e o site, ambos. Há dois anos vinham sendo tocados por dois sócios jornalistas, Rui Nogueira, de Brasilia, e Reinaldo Azevedo, de SP. Crítica mordaz ao governo Lula (e muitas vezes acusado de tucano), a revista não resistiu ao governo. Não houve perseguição direta. Nem é preciso. As empresas privadas e as agências de publicidade vinham-se recusando a anunciar. Alegavam que tinham muitos interesses no governo e seria muito complicado “colar” suas respectivas imagens em veículos de oposição. Foi isso que aconteceu.

                    Sobre fim e recomeço

                                                          Por Reinaldo Azevedo
Rui Nogueira

Primeira Leitura, site e revista, encerra hoje a sua trajetória. Mas, como se dizia naqueles tempos em que a luta política era coberta pelo véu diáfano (Eça!) da fantasia, “a luta continua”. Daqui sairão novos projetos porque seus profissionais levam consigo o muito que já tinham e o tanto que aprenderam. Cada uma das notáveis pessoas que fazem os dois veículos sai daqui mais sábia do que quando entrou. Por uma boa e simples razão: todos soubemos aprender com o trabalho do outro.

Despedidas têm sempre um ar insuportavelmente solene. Mais do que isso: uma vítima de plantão fica gritando o seu veneno autocomplacente, ressentido, amesquinhado: “Não souberam nos compreender!” Mentira! Fomos, sim, muito bem compreendidos ao
longo deste tempo. Nada nos faltou, a não ser, obviamente, anúncios em número suficiente para que o projeto pudesse seguir adiante.

Ao longo dos anos, foram muitas as especulações sobre os objetivos da revista e suas vinculações com este ou com aquele partidos, notadamente o PSDB. Em outro ponto do debate, via-se na revista e no site a voz da “direita”, como se a palavra, por si mesma, já devesse provocar um susto. De forma serena, tranqüila – e quem trabalhou aqui sabe disso -, enfrentamos as vagas de maledicência, de desconfiança, de descrédito. Talvez tenha faltado advertir, então, os supostos beneficiários do nosso trabalho que, pisando nos astros distraídos, não teriam percebido a nossa importância para seus objetivos estratégicos. Isso, naturalmente, é uma ironia. A ironia sempre nos fez bem.

E conquistamos, não obstante a patrulha, milhares de leitores tão críticos como fiéis. O site Primeira Leitura chega ao fim com 2 milhões de page views por mês, o que faz dele, talvez, o mais visitado de política e economia do país. A revista, com tiragem de 25 mil exemplares, sempre vendeu, entre assinaturas e bancas, de 70% a
80% do total, marca excelente, a indicar a necessidade de aumentar a tiragem se, para tanto, houvesse recursos. Mas não havia.

Não se espere, obviamente, um texto jubiloso, como que saído da pena de quem logra uma grande vitória e ergue a taça dos campeões morais. Isso é uma rematada besteira. Primeira Leitura seguiu o caminho que achou correto, ciente das dificuldades que ele implicava; fez as críticas que julgou necessárias, tendo claro que a adesão a uns dois ou três dos mitos postos para consumo público poderia facilitar a sua trajetória, mas recusou o cálice do adesismo e repudiou o discurso fácil que nivela os crimes políticos pelo mínimo múltiplo comum, o que é hoje do interesse de quem dá as cartas. Nunca se leu aqui: “O Brasil é assim há 500 anos”. Pela simples e óbvia evidência de que o Brasil não é assim há 500 anos.

Isso tudo revela, desde sempre, os responsáveis pelo que houve e pelo que há: nós! Reinaldo Azevedo e Rui Nogueira escolhemos esse caminho, e olhem que coisa: não seria o caso de recuar um só milímetro. Justamente porque não depende da boa vontade de estranhos para existir, Primeira Leitura fecha. Justamente porque nunca foi outra coisa que não um projeto jornalístico, Primeira Leitura chega ao fim. Justamente porque jamais esteve atrelada a um partido e sempre se financiou no mercado, Primeira Leitura escolhe fechar.

Seus textos já são registros históricos, tanto quanto se pode fazer história no jornalismo, que parece condenado a uma espécie de presente eterno, avesso à teoria política e à memória. Foi possível, durante um bom tempo, provar que se pode fazer de forma diferente. Se não estamos exatamente felizes com o fim da jornada, não quer
dizer que não estejamos orgulhosos. Somos os únicos a fazer jornalismo como acreditamos que tem de ser feito? não! Há mais gente por aí.

A Edusp, a Imprensa Oficial e a Editora Unicamp acabam de lançar três volumes intitulados Bilac, O Jornalista, organizado pelo professor Antonio Dimas. Olavo Bilac foi, a um só tempo, um dos mais festejados e satanizados poetas ainda em vida. Sua obra jornalística havia sumido na voragem da crítica literária. Década depois, ressurge inteira, intensa, às vezes quase premonitória.

Assim se vai fazendo história. Bilac é uma boa prova de que nunca se é profeta em seu próprio tempo, em tempo real. Os jornalistas, em particular, ganhariam muito com a leitura dos livros, que são, obviamente, de interesse geral. Mas vejam só: cá estamos nós a dar dicas, a sugerir leituras, a propor caminhos. Essa é a nossa natureza.

Agradecemos profundamente, e eles sabem o quanto!, aos profissionais que fizeram Primeira Leitura, site e revista, ser o que é. Agradecemos profundamente aos leitores que sempre deixaram claro a importância que os veículos tinham em seu cotidiano e em sua formação – mesmo aqueles que verteram admiração em fel da recusa,
sem nunca deixar de experimentar o bom veneno. Agradecemos aos anunciantes – nem tantos, é verdade – que confiaram no nosso trabalho e souberam distinguir a publicação de um anúncio do endosso à linha editorial do veículo que o abriga. Porque não é assim nas democracias.

Primeira Leitura conseguiu ter uma cara, um perfil, uma visão de mundo, uma inteireza, sem, no entanto, ser uma igreja de pensamento. Ao contrário: sua maior virtude sempre foi essa unidade na pluralidade das pessoas que faziam os dois veículos. Cada um de nós sai daqui para tocar os seus projetos como pessoas maiúsculas, movidas a paixão, não a chiliques insondáveis da chefia; mobilizadas
pelo senso de dever, não pelo terror idiossincrático de “quem manda”; estimuladas pelo respeito intelectual, não por rituais farsescos de humilhação tão comuns em redações e quartéis.

Quando se encontrar no currículo de um profissional a informação de que trabalhou em Primeira Leitura, que se saiba: está ali uma pessoa comprometida com a qualidade. Ela ajudou a fazer o site de política e economia mais visitado do Brasil e a revista que muita gente boa considerava a melhor do país. Os dois veículos chegam ao fim
inteiros. Para se multiplicar.

Liliana Pinheiro, Lucia Boldrini, André Soliani, José Alan Dias, Renato Andrade, Daniela Dias, José Carlos Pegorim, Álvaro Fagundes, Silvana Melati Cintra, Ricardo Jansen Oliveira, Raul Fiuza, Carolina Sueiro, Neuza Tasca, Pedro Fernandes, Vinicius Oliveira, Thais Dutra, Caio Blinder, Eduardo Simantob, Fernando Eichenberg, Hugo Estenssoro, Michel Laub, Helio Ponciano, Raul Jungmann, Roberto Romano, Mario Vítor Santos, José Nêumanne, Roberto Frenkel… A toda essa gente, muito obrigado! E agradecemos também a outros grandes profissionais que passaram por Primeira Leitura e ajudaram a fazer a sua história.

Os assinantes da revista receberão no endereço em que a revista é entregue regularmente uma correspondência com as devidas informações e instruções. O site permanecerá no ar por mais algum tempo para que os internautas interessados possam ter acesso a textos que estão no arquivo. Os e-mails dos profissionais de Primeira
Leitura estão sendo redirecionados para os respectivos endereços pessoais.

A gente se lê por aí.

PS: Reinaldo Azevedo terá, em breve, um blog. Textos seus podem ser lidos nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo.

Jornalismo, politica e blogs

Posted in Théories / Débats by fabiohp on June 16, 2006

merci à Chico Sant’Anna pelo artigo 

“O Congresso é muito menor”

Jornalista Nelson de Sá critica a cobertura da crise política feita em Brasília e antevê o arrefecimento dos blogs políticos

Rafaela Céo

In: http://www.congressoemfoco.com.br/Noticia.aspx?id=7064

Nos últimos 13 meses, pouca gente acompanhou tão atentamente o noticiário da crise política quanto o jornalista Nelson de Sá. À frente da coluna Toda Mídia, da Folha de S. Paulo, ele aborda, de forma crítica e direta, o espaço e o tratamento dados pelos principais veículos da internet, da TV e do rádio aos assuntos do dia. Mensalão, dólar na cueca, malas de dinheiro, valerioduto, Jeane Mary Córner, tudo o que alimentou a crise política serviu de matéria-prima nesse período para a sua coluna, publicada diariamente no caderno Brasil da Folha.

Mesmo com a experiência de quem cobre a mídia há anos, Nelson de Sá ainda demonstra surpresa com o impacto da internet na crise política que sacudiu o governo Lula. Na avaliação dele, apesar de não ter feito grandes revelações, a cobertura online amplificou os escândalos e influenciou diretamente o ritmo nervoso do noticiário das demais mídias.

“A maior parte das grandes revelações foi dada nos jornais e nas revistas. Mas a internet deu vida à cobertura. Falando dos sites, o ponto positivo foi o tempo para dar a notícia, o tempo real. Todo mundo hoje trabalha com o computador ligado. O que houve foi uma crise em tempo real”, afirma.

Uma crise nem sempre bem coberta, segundo o colunista da Folha. Nesta entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, Nelson critica uma espécie de miopia da cobertura política feita a partir de Brasília. Fragilidade essa, segundo ele, no noticiário dos ataques que aterrorizaram São Paulo no mês passado. “As coisas que acontecem aqui em São Paulo não correm em torno de Brasília. Mas a corte é muito autocentrada. Aí se chega à conclusão de que a coisa mais importante de toda a crise em São Paulo é uma fita comprada. A política de segurança de São Paulo não pode ser tratada como se fosse parte dos corredores do Congresso. O Congresso é muito menor”, critica.

O colunista também dispara contra um dos “fenômenos” que se consolidaram com a crise: os blogs políticos. “No online tudo, de uma hora para outra, se transforma em algo muito impactante, sem ouvir o outro lado, por exemplo. A exigência de ouvir o outro lado simplesmente não existe na blogosfera”.

Na avaliação do jornalista, os blogs feitos na capital federal tendem a perder a importância que conquistaram ao longo da crise. “Falando sobre a campanha eleitoral, o que pode vir a acontecer é, talvez, a exclusão do universo da blogosfera como existe hoje. As correntes de e-mail, os sites de partido, e dentro desses sites, alguns blogs específicos, é que vão ter algum sentido”, acredita. “Sei que existe em Brasília um fascínio pelos blogs. Mas toda moda passa”, completa.

Há 20 anos na Folha, Nelson de Sá foi redator, editorialista, correspondente-bolsista em Nova York, editor-assistente de Brasil e de Mundo, secretário-assistente de Redação, repórter especial, crítico de teatro e editor da Ilustrada. Antes de assumir Toda Mídia, ele assinava a coluna No Ar sobre o jornalismo do rádio e da televisão. Veja a íntegra da entrevista:

Congresso em Foco – A cobertura online amplificou a crise política?
Nelson de Sá – A gente sentiu pela primeira vez agora o impacto da internet na crise de Brasília. Em nenhum outro momento a internet participou tanto da cobertura. Além dos sites jornalísticos, os blogs repercutiram bastante a crise do mensalão. Muitos deles nasceram durante a crise. Mas esse foi um fenômeno especialmente de Brasília. Mas não sei até que ponto os blogs de Brasília e os sites com cobertura muito concentrada na capital conseguirão o mesmo impacto na cobertura de casos como os ataques do PCC, aqui em São Paulo, uma crise fora da corte.

De que forma a cobertura online influenciou as outras mídias?
Houve um impacto muito grande principalmente em relação aos telejornais, rádios e canais de televisão. A blogosfera – como se fala no exterior -, especialmente a de Brasília, não tem o mesmo apego às regras que fazem o jornalismo tradicional agir mais lentamente. No online, tudo, de uma hora para outra, se transforma em algo muito impactante, sem ouvir o outro lado, por exemplo. A exigência de ouvir o outro lado simplesmente não existe na blogosfera.

Quais são as características dessa blogosfera?
Como é muito individual, o blog publica a visão do indivíduo que está fazendo aquilo (o editor), que não tem que dar o outro lado. Aqui no Brasil, os blogs são aceitos como parte do jornalismo tradicional e, na verdade, eles são uma manifestação da própria cultura de Brasília, mais do que realmente uma manifestação do mundo da internet. O caso do PCC foi muito claro disso. A cobertura da blogosfera de Brasília tratou como o fato mais importante de toda a história a ação de dois advogados (acusados de terem comprado um depoimento reservado da CPI do Tráfico de Armas). As pessoas precisam vir para São Paulo para entender o que é. Não tem o menor cabimento. As coisas que acontecem aqui em São Paulo não correm em torno de Brasília. Mas a corte é muito autocentrada. Aí se chega à conclusão de que a coisa mais importante de toda a crise em São Paulo é uma fita comprada. A política de segurança de São Paulo não pode ser tratada como se fosse parte dos corredores do Congresso. O Congresso é muito menor.

Qual a sua avaliação da cobertura da crise política pelos sites de notícias?
Os sites tiveram um trabalho mais diferenciado, mas eles foram muito influenciados por esse grande impacto da blogosfera, durante esse um ano de crise do mensalão. Os sites estão começando a acordar.

E como a participação dos leitores de sites e blogs influenciou a cobertura e o próprio processo político?
A participação dos leitores é parte essencial da própria internet. Mas atento para o fato de que o mundo que está para acontecer é mais importante do que esse que passou. E falando sobre a campanha eleitoral, o que pode vir a acontecer é, talvez, a exclusão do universo da blogosfera como existe hoje. As correntes de e-mail, os sites de partido, e dentro desses sites, alguns blogs específicos, é que vão ter algum sentido.

A cobertura da internet influenciou os desdobramentos da crise política?
Da mesma maneira que a TV Câmara, a Globo News e a Band News tiveram seu impacto, como também os sites e os blogs de Brasília. Até alguns anos atrás, a gente não tinha Globo News, nem Band News. Há quinze anos aqui no Brasil, a gente não sabia nem o que era a CNN. A gente não tinha CBN. Há vários mecanismos que vão entrando sucessivamente na cobertura e instrumentos diferentes. O blog é um deles. Sei que existe em Brasília um fascínio pelos blogs. Mas toda moda passa.

Quais foram os pecados da cobertura online da crise?
A internet é o grande pecado, e estou falando dos sites e blogs. O grande pecado é o desregramento.

E os pontos positivos?
A maior parte das grandes revelações foi dada nos jornais e revistas. Mas a internet deu vida à cobertura. Falando dos sites, o ponto positivo foi o tempo para dar a notícia, o tempo real. Todo mundo hoje trabalha com o computador ligado. Os jornalistas, parlamentares, engenheiros, funcionários públicos, todos trabalham com o computador ligado praticamente o tempo todo. O que houve foi uma crise em tempo real. Além das transmissões intermináveis dos canais de notícia e das rádios, também houve a internet em tempo real. E cada um com seu impacto. O impacto da televisão é mais emocional, por conta da imagem. O rádio se aproxima da televisão, sem tanta força emocional. A internet é mais persistente, no sentido de que o que foi falado está disponível por mais tempo.

A cobertura da crise amadureceu o trabalho feito na internet?
A crise amadureceu a corte brasiliense. É uma coisa centrada em Brasília e transferida para o resto.  Não acho que se possa falar do amadurecimento e do mesmo impacto para a cobertura da eleição de São Paulo, Rio ou Minas. A internet é muito ampla. Não faz sentido se concentrar no trabalho de alguns blogs de Brasília para imaginar que isso reflita o desenvolvimento da internet como um todo. Numa eleição nacional – com eleições nos estados para governador – a tendência é que Brasília tenha que aprender a ter um pouco de humildade.

Revistas Cientificas em Comunicação (em português)

Posted in Eu recomendo by fabiohp on June 16, 2006

Post voltado para pesquisadores em Ciências Sócias, interessados em publicar artigos em revistas cientificas da comunicação. Abaixo, o link para catalogo organizado pela UFRGS:

http://www6.ufrgs.br/infotec/sum.htm 

Biblioteca on line de Ciências Comunicação (em português)

Posted in Eu recomendo by fabiohp on June 5, 2006

Ligado à Universidade Beira Interior em Portugal, mas com uma grande participação de pesquisadores tupiniquins.
Artigos e teses em comunicação, jornalismo, lingüística, semiótica, hermenêutica…. Vale à pena
http://www.bocc.ubi.pt/ 

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